Deflação atrai investidores para fundos imobiliários de Tijolo

 

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A inflação que vem afetando o mercado brasileiro desde meados do ano passado e agora voltou a atingir em cheio o interesse dos investidores pelos fundos imobiliários de Tijolo. Os FIIs, como também são chamados, voltaram a atrair investimentos graças à deflação computada em julho e à perspectiva de queda do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um dos medidores da inflação.

A deflação registrada no mês passado e a perspectiva de novo recuo em agosto afeta diretamente os FII’s de papel, chamados fundos de recebíveis, isso acontece pois os títulos em carteira, em sua grande maioria, são indexados ao IPCA, consequentemente os proventos desse segmento foram menores do que a média do primeiro semestre. Em alguns casos, os fundos de papéis com maior exposição em IPCA tiveram uma distribuição de proventos de 20 a 35% abaixo em relação aos últimos meses.

Por isso, Guilherme Dambros, assessor de investimentos da Atrio Investimentos, avalia que a procura pelos FIIs de tijolo neste momento surpreendeu. “Esse movimento é inesperado, porque estamos vivenciando um clima de altas taxas de juros. O ambiente ainda é hostil aos fundos imobiliários no curto prazo e temos um cenário eleitoral indefinido pela frente”, explica.

Segundo ele, o especialista da procura por esses ativos deve-se a um maior apetite ao risco dos investidores. “Este período de deflação afetou os rendimentos dos fundos de recebíveis e, consequentemente, abriu uma janela de oportunidade para compra de fundos de tijolo, como Galpões Logísticos, Shoppings e Lajes corporativas. Esses fundos estavam negociando em média 15 a 20% abaixo do seu valor patrimonial. Como os Fii’s de papel reduziram seus proventos, é natural que o investidor busque alternativas que possam trazer maior geração de valor para seu patrimônio”, analisa.

“Só no mês de agosto, o IFIX deverá fechar com uma alta em torno de 5% impulsionado pelos segmentos de Lajes corporativas, Shoppings e Galpões Logísticos. Apesar do desempenho nas últimas semanas, ainda há muitos fundos desvalorizados no mercado, acreditamos que esse fluxo de compra deverá permanecer no segmento de tijolo, principalmente se caminharmos para uma trégua do IPCA até o fim do ano”, complementa.

Ainda assim, o assessor da Atrio Investimentos prega uma dose de cautela. “Os FIIs em regra têm boa atratividade e simpatia dos brasileiros, pois é a forma acessível de o pequeno investidor possuir grandes empreendimentos imobiliários, principalmente se tratando do desconto hoje observado no mercado. Mas temos um cenário de eleições presidenciais pela frente e não sabemos o que pode vir a ocorrer. Eu recomendaria fazer aportes financeiros, mas de forma moderada e diversificada para evitar que uma nova onda inflacionária diante da instabilidade política e econômica afete seu portfólio”, sugere Guilherme Dambros.

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